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GT19 – Meio ambiente e interface entre ciências e políticas

Resumo: No atual contexto de crise climática global e desafios políticos para a governança internacional do clima, torna-se cada vez mais importante compreender a relação entre ciência, expertise e problemas ambientais. A produção de conhecimento ocorre em constante interação com atores políticos, sociais e econômicos, dentro daquilo que ficou conhecido no campo CTS como a coprodução entre ciência e ordem social. Este Grupo de Trabalho (GT) busca explorar as interfaces entre ciências e políticas e regulações ambientais, analisando como diferentes formas de conhecimento, técnicas e tecnologias são produzidas, mobilizadas e disputadas no contexto da formulação e implementação de políticas ambientais e de conflitos ambientais. Serão bem-vindas propostas que adotem perspectivas construtivistas e reflexivas das ciências e das tecnologias para discutir criticamente a coprodução entre as ciências e processos decisórios, normativos e institucionais em diferentes escalas – do local ao global. O GT acolherá trabalhos que lidem com os seguintes temas, dentre outros:

a) a governança ambiental e o papel das ciências nas tomadas de decisões públicas;
b) a participação de comunidades locais, tradicionais e indígenas na construção do conhecimento e sua influência em processos decisórios; c)as tensões entre ciência, interesses político-econômicos e políticas públicas;
d) o negacionismo climático e ambiental;
f) a geopolítica da ciência ambiental;
g) o trabalho de fronteira nas interfaces ciências/políticas ambientais;
h) usos e mobilizações das ciências em conflitos ambientais.

Coordenadores: Jean Carlos Hochsprung Miguel (UNICAMP), Lorena Cândido Fleury (UFRGS), Tiago Ribeiro Duarte (Universidade de Brasília)
Debatedor: Marko Monteiro (UNICAMP)

17/09/2025 – Sessão 01

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 303 (3o andar)

O agenciamento dos papéis na disputa pela governança ambiental e fundiária na Baía de Castelhanos (Ilhabela/SP). – Fernanda Folster de Paula (UFOPA)

Este trabalho discute como o acionamento de conhecimentos técnico-científicos, documentos jurídico-cartoriais e dispositivos legais têm sido mobilizados para fazer frente à criação de uma Reserva Extrativista (Resex) no litoral de São Paulo, engendrando um tipo específico de governança ambiental. O trabalho é resultado de pesquisa de doutorado (2020-2024). A Resex Baía de Castelhanos foi criada no dia 29/12/2020, último dia do mandato da prefeita Maria das Graças (PSD). Em 18/12/2020, antes da criação da Resex, donos de propriedades privadas no local protocolaram uma Ação Popular solicitando o congelamento das discussões em torno da criação dessa Unidade de Conservação (UC). Após a criação da UC, em 06/072021, os mesmos atores protocolaram um pedido à Secretaria Municipal de Meio Ambiente solicitando a extinção da UC, e no dia 16/082022, o então prefeito Antônio Colucci (PL) aprovou, junto à Câmara Municipal, o Projeto de Lei que extinguiu a Resex (numa ação posteriormente julgada inconstitucional pelo Ministério Público Federal). Dado esse histórico, este trabalho analisa os documentos jurídico-cartoriais aqui mencionados, com o objetivo de discutir como estes documentos e a argumentação que eles sustentam (que mobiliza conhecimentos técnico-científicos, dispositivos legais e outros documentos jurídico-cartoriais) engendram uma governança específica do meio ambiente, fundamentada na autoridade pessoal dos proprietários de terra e na extensividade de suas propriedades. De maneira complementar, o trabalho mobiliza duas entrevistas realizadas com esses proprietários em 2023.


Expertises e contra-expertises em construção: uma tipologia a partir da mineração de urânio em Caetité (BA) – Bruno Lucas Saliba de Paula (UEMG)

Este trabalho busca propor uma síntese teórico-conceitual referente aos diversos tipos de expertise e contra-expertise, que variam conforme os espaços em que são produzidas – se a partir de interesses hegemônicos ou contra-hegemônicos – e o grau de neutralidade ou situacionalidade que reivindicam para si. Argumentamos, inspirados nas epistemologias feministas, que as ciências se tornam contra-expertises mais potentes ao adquirem uma “objetividade forte”, ou seja, ao assumirem seu engajamento com pautas de grupos subalternizados. Nossas proposições conceituais derivam tanto de uma revisão da literatura dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia quanto de um estudo de caso sobre a mineração de urânio em Caetité (BA), atividade realizada pelas Indústrias Nucleares do Brasil e associada um possível quadro de adoecimento por câncer por parte da população local e de contaminações ambientais. Analisamos a relação entre dois regimes de conhecimentos que perpassam esse conflito ambiental: de um lado, a perspectiva científica hegemônica, presente principalmente nos posicionamentos do corpo técnico da INB e dos órgãos de fiscalização; de outro lado, os conhecimentos alternativos e engajados produzidos por atingidos e movimentos sociais da região em parceria com cientistas independentes. Ressaltamos, assim, a necessidade de que populações atingidas por conflitos ambientais tenham protagonismo não só em processos decisórios, mas também de produção de contra-expertises, de forma a fomentar a democratização da ciência e da tecnologia.


Modos de Produção e Transformações Político-Epistêmicas na Ciência do Clima: Análise do Programa AmazonFACE – Maria Clara Ferreira Guimarães (UNICAMP), Jean Carlos Hochsprung Miguel (UNICAMP)

A partir do estudo de caso do AmazonFACE – um programa científico binacional (Brasil e Inglaterra) em mudanças climáticas na floresta Amazônica -, buscamos compreender como diferentes dinâmicas de produção científica coexistem e evoluem em um mesmo programa ao longo do tempo. Investigamos se e como os modos de produção de conhecimento (tipologias propostas por autores) se articulam ou transformam diante de novos arranjos institucionais, políticos e epistêmicos. Esse processo de transformação chamamos de “dinâmicas político-epistêmicas da ciência climática”. A literatura recente aponta que os desafios das mudanças climáticas impulsionam uma transição em direção ao modo 3, ou seja, uma ciência mais participativa e voltada à coprodução de resultados aplicados ao contexto de tomada de decisão. A questão colocada é: quais são os impulsionadores de tais dinâmicas político-epistêmicas? Neste contexto, o AmazonFACE é um objeto de estudo privilegiado por ser anunciado como “vitrine da ciência climática brasileira”. Este trabalho é parte de um mestrado: os modos de produção de conhecimento científico no contexto das mudanças climáticas, que utilizará entrevistas com os líderes do programa e representantes dos financiadores de ambos os países; análise de literatura cinza; mapeamento da produção científica e formação de recursos humanos por área; além da análise comparativa dos planos científicos. Apresentamos aqui os resultados preliminares da análise dos planos científicos de 2014 e 2024, destacando os indícios de mudanças nos modos de produção de ciência no interior do programa.


Arquitetura da Governança Climática Brasileira: Banco de dados e visualização dos usos sociais da ciência – André Trevisol Trindade (UFRGS), Lorena Cândido Fleury (UFRGS)

As mudanças climáticas são um dos principais desafios contemporâneos, exigindo governança coordenada em diferentes níveis. No Brasil, a Política Nacional sobre Mudança do Clima, instituída em 2009, define objetivos, instrumentos e diretrizes para orientar a ação federal. Este trabalho, por meio de uma plataforma digital desenvolvida pelos autores, produz e divulga um banco de dados sobre a arquitetura de governança climática atual no país, com foco nos usos sociais da ciência, e oferece visualização interativa desses componentes. Para isso, foi montado um repositório que abrange desde a criação da Política Nacional sobre Mudança do Clima até hoje, reunindo normas, planos, registros do Congresso Nacional e dados do Currículo Lattes dos cientistas referenciados nos documentos. A análise documental é realizada com apoio do NVivo e de scripts em Python, e a visualização de dados foi criada com o Looker Studio. Resultados preliminares apontam predomínio de iniciativas econômicas e financeiras, escassez de atos normativos voltados à adaptação, interrupção de audiências públicas entre 2019 e 2022 e concentração das formações acadêmicas de cientistas envolvidos na Política Nacional sobre Mudança do Clima na região Sudeste do Brasil, sendo os títulos obtidos no exterior majoritariamente nos Estados Unidos e na Europa. Todos esses resultados estão disponíveis na interface interativa, que oferece aos pesquisadores uma visão integrada dos dados e facilita análises detalhadas das dinâmicas da governança climática brasileira.


A Coprodução da Identidade de Atingido: o Movimento de Atingidos por Barragens do Espírito Santo no Desastre no Rio Doce – Alexsander Fonseca de Araujo (UNICAMP)

Este trabalho analisa a construção da identidade de atingido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens no Espírito Santo (MAB-ES), explorando a coprodução em disputas sociotécnicas e conflitos socioambientais. O desastre no Rio Doce em 2015, causado pelo rompimento da barragem da Samarco/Vale/BHP Billiton, gerou múltiplos impactos socioambientais e instaurou uma disputa epistêmica sobre a definição do que é ser atingido. Nessa controvérsia, o MAB-ES emerge como ator central desafiando a gestão técnico-institucional do desastre pela Fundação Renova. Portanto, o trabalho visa compreender como o MAB-ES coproduz a identidade dos atingidos do desastre no Rio Doce, mediando disputas sociotécnicas por reconhecimento, saber e reparação. E identificar quais as ações políticas colocadas no conflito socioambiental. Para tanto, utilizou-se: entrevistas com quatro coordenadores do MAB-ES; observação participante; pesquisa documental; processados no software NVivo 12. Os dados revelam que a identidade de atingido não é apenas uma categoria jurídica ou técnica, mas uma elaboração coletiva que emerge do sofrimento social, da mobilização política por reparação e da disputa por reconhecimento. Essa identidade é performada na articulação de atores e territorialidades, no desafio da ordem sociotécnica da Renova e no enquadramento de percepções para a ação política. Dessa forma, os atingidos se tornam produtores de conhecimento sobre os impactos do desastre. Contudo, o trabalho disponibiliza recursos para refletir a construção de sentido das relações entre ciência, política e meio ambiente.


18/09/2025 – Sessão 02 – GT 19: Meio ambiente e interface entre ciências e políticas

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 303 (3o andar)

Contra-Narrativas de comunidades tradicionais sobre a crise hídrica no Oeste da Bahia: Lucas Moreira Silva (Universidade de Brasília)

O Oeste da Bahia tem enfrentado uma crescente crise hídrica. A região, habitada por comunidades tradicionais, tornou-se, nas últimas décadas, uma área de expansão da fronteira agrícola. Essas transformações tem repercutido em conflitos por água. Estes assumem uma dimensão epistêmica, expressa na disputa de narrativas entre setores do agronegócio e comunidades sobre as causas da crise hídrica na região. Este trabalho adentra essa dimensão, com foco nas contra-narrativas elaboradas por comunidades tradicionais acerca das causas da crise hídrica. Objetivou-se compreender as contra-narrativa, bem como identificar as causas atribuídas, os argumentos e as expertises mobilizadas. Realizou-se uma pesquisa de campo com entrevistas semi-estruturadas com diversos atores sociais, selecionados por meio de amostragem em bola de neve, seguida de uma análise temática dos dados.As causas da crise são atribuídas, principalmente, às mudanças no uso do solo, à captação intensiva e à contaminação da água, fortemente associadas ao agronegócio, com os fatores climáticos em segundo plano. Especialistas conduzem pesquisas em apoio às comunidades, sendo fortemente influenciados por expertises leigas, enquanto alguns integrantes das comunidades mobilizam saberes locais e outros se inspiram em pesquisas científicas para desenvolver suas próprias investigações. Deste modo, as contra-narrativas destacam a multicausalidade da crise, enfatizando o agronegócio como causa principal, e se fundamentam em contra-expertises certificadas, leigas e em ciência cidadã, de modo a realizar trabalhos de fronteira.


Narrativas da Sustentabilidade: Um Estudo dos Discursos sobre Água e Conflitos Ambientais no Agronegócio do Oeste da Bahia – Adriano Casemiro Nogueira Campos de Sousa (UNB)

Este artigo trata de um estudo com o objetivo de analisar os discursos das comunidades epistêmicas vinculadas ao agronegócio do oeste da Bahia em relação ao uso de recursos naturais, especialmente água, para a produção agrícola. O trabalho se baseia em análise documental de relatórios, etnografia e artigos científicos e entrevistas em profundidade com cientistas vinculados à Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA). Conhecida por seu grande crescimento econômico, o Oeste da Bahia tem enfrentado crescentes conflitos ambientais devido à percepção do esgotamento da água por parte da população local. A população nativa da região, juntamente com movimentos ambientalistas e sociais, tem acusado os agricultores do agronegócio de superexplorar os recursos hídricos por meio da irrigação por pivô central. A pesquisa revelou um discurso “tecno-otimista” dominante entre os atores vinculados ao agronegócio. Eles afirmam que suas práticas, supostamente impulsionadas por ciência e tecnologia avançadas, já seriam ambientalmente sustentáveis. Isso inclui o uso de plantio direto, irrigação, projetos socioambientais e pesticidas biológicos. Além disso, identificaram-se estratégias discursivas de demarcação de fronteiras entre a produção científica do grupo associado ao agronegócio do oeste baiano e a produção de outros grupos científicos com discursos mais alinhados ao discurso das comunidades nativas. Também estratégias de co-produção da ordem social, no sentido da reprodução das relações de poder e hierarquias sociais locais.


O agronegócio e perfomance da sustentabilidade em contexto de crise hídrica – Tiago Ribeiro Duarte (Universidade de Brasília)

A região do Oeste da Bahia, uma das últimas fronteiras agrícolas do país, tem sido local de extensa expansão do agronegócio, o que envolveu, nas últimas décadas, extenso desmatamento do cerrado e, mais recentemente, aumento do uso da irrigação com o uso de pivôs centrais. A expansão do setor na região, todavia, é alvo de conflito, principalmente com membros de comunidades tradicionais que vêm argumentando, juntamente com movimentos sociais, ONGs e acadêmicos, que a agroindústria é responsável pela diminuição na vazão dos rios da região, gerando uma crise hídrica. Em um contexto em que suas atividades são problematizadas como sendo causadoras de danos socioambientais, o agronegócio tem trabalhado para performar uma imagem de sustentabilidade, de modo a legitimar suas práticas e melhorar a opinião pública sobre o setor. O objetivo deste trabalho é estudar as narrativas pelas quais a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) busca performar a sustentabilidade ambiental das práticas do agronegócio. Para tanto, foi realizado um estudo da AIBA Rural, revista editada pela associação e que inclui editoriais, entrevistas, reportagens, artigos de divulgação escritos por especialistas e material publicitário. Foi realizada a análise temática dos números um ao vinte e dois da publicação, englobando os anos 2015 a 2022. A partir dessa análise, argumenta-se que o agronegócio do Oeste da Bahia busca performar sua sustentabilidade argumentando que suas atividades são legais, amparadas na ciência, altamente tecnológicas e ambientalmente comprometidas.


Visões da água na Região Metropolitana de Belém – Juliano Pamplona Ximenes Ponte (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Aborda-se a água, elemento da paisagem, veículo, recurso e substância, é caracterizada, descrita e representada por diferentes grupos, agentes e classes sociais no contexto da capital paraense, Belém, e sua Região Metropolitana. Havendo um senso comum sobre a paisagem amazônica como algo relacionado à hidrografia, coexistem também visões discriminatórias, enunciados performativos e narrativas idílicas, com usos diversos do ideário da justiça ambiental e do combate à desigualdade nas cidades. Em paralelo, intervenções urbanísticas e infraestruturais são relatadas e parecem afetar de modo distinto os diversos grupos sociais, tanto nas obras relativas ao evento da conferência das partes sobre o clima (COP30), a ocorrer em Belém em novembro de 2025, quanto em intervenções passadas e não relacionadas ao evento. Usa-se a imagem da orla fluvial da região como resgate, como redenção econômica, como potencial turístico e de consumo da paisagem ao mesmo tempo em que formas revisitadas de higienismo social e sanitário são praticadas, em concepções conservadoras de desenho sanitário – divulgadas como recuperação ambiental. As acepções sobre a paisagem da água (rios, canais de drenagem, alagamentos, parques, portos, baixadas) oscilam: denúncia social associada a projeto com deslocamento populacional compulsório; constatação da degradação ambiental; caracterização da degradação ambiental associada à pobreza urbana em áreas inundáveis, as ˜baixadas˜; pretensão redentora de concepções do “empresariamento” da gestão urbana, justificada pela tese dos efeitos positivos para os pobres.


A tese do Marco Temporal: ameaças aos direitos indígenas e ao clima – Martha Fellows Dourado (UNICAMP)

Se o Brasil quiser ser uma potência climática, deve respeitar os direitos dos povos indígenas. Estudos recentes demonstraram que a tese do Marco Temporal ameaça o futuro socioeconômico e ambiental do país. Tal proposta pode resultar na interrupção do já moroso processo de demarcação de Terras Indígenas (TIs) no país, e levariam à revisão daquelas já reconhecidas, enfraquecendo os direitos legítimos e constitucionais desses povos. Além do aumento da perda da vegetação nativa, avalia-se os riscos da perda dos serviços ecossistêmicos inerentes ao modo de vida de povos indígenas – com ênfase na região amazônica que abriga a maior área de TIs demarcadas. Calculou-se o volume do estoque de carbono florestal armazenado nas TIs, a partir do mapa de estoque de carbono do Quarto Inventário Nacional (Brasil 2021); e sua relevância para a regulação do clima regional, observando o efeito da vegetação nativa na temperatura média e na evapotranspiração local e regional. Cabe ressaltar que foram consideradas nas análises todas as TIs que tiveram seu processo de homologação iniciado até o momento (RAISG, 2022; FUNAI, 2022).


Digitalização da Amazônia e povos indígenas: atualizações das florestas políticas – Leandro Siqueira (UNIMES)

A digitalização das florestas promovida pela crescente aplicação de tecnologias digitais para o monitoramento ambiental transborda a dimensão técnica, demandando a participação de diferentes grupos configurando, assim, novos arranjos sociotécnicos em torno da proteção ambiental.
A literatura sobre o tema destaca tanto a multiplicação de projetos estatais de compartilhamento de dados de satélite quanto a atuação de empresas privadas de sensoriamento remoto, quem impulsionariam um “ativismos de imagens de satélite” liderados por ONGs ambientais. Entretanto, o mais recente avanço desse processo de digitalização das florestas inclui não apenas drones, aplicativos e plataformas digitais, mas também envolve a incorporação de populações historicamente marginalizadas, como os povos originários do Brasil. Esta comunicação analisa a entrada dos povos indígenas na linha de frente da proteção da Amazônia brasileira. Oferece um panorama das iniciativas recentemente criadas para monitorar o desmatamento em Terras Indígenas, destacando o contexto de acirramento da pressão sobre os recursos naturais da floresta ao mesmo tempo em que forças autoritárias promoveram o desmantelamento das políticas de proteção ambiental no país. Apresentamos novos agentes — de organizações ambientais e indigenistas a empresas de tecnologia — que têm promovido a inclusão dos povos indígenas na governança florestal, colaborando para a contenção do desmatamento da Amazônia. Desta multiplicidade sociotécnica, em meio a extrativismos e ruínas, as florestas políticas se atualizam.

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