Esta mesa propõe discutir criticamente os desafios colocados pelas propostas de geoengenharia solar (SRM – Solar Radiation Management) no contexto das mudanças climáticas, a partir da perspectiva dos Estudos Sociais da Ciência e da Técnica (ESCT). Em meio à intensificação dos eventos climáticos extremos e ao fracasso das políticas globais em mitigar as emissões de gases de efeito estufa, cresce o interesse por tecnologias que visam refletir parte da radiação solar de volta ao espaço como forma emergencial de contenção do aquecimento global. No entanto, tais propostas suscitam controvérsias científicas, éticas e políticas de grande magnitude. A mesa reunirá pesquisadores de diferentes áreas para refletir sobre os modos como o conhecimento científico e tecnológico sobre SRM é produzido, circula e se insere nos processos de tomada de decisão. Serão debatidas as formas pelas quais o Sul Global é representado nesses debates, frequentemente como espaço de risco ou de experimentação, e as implicações disso para a justiça epistêmica e climática. Também serão exploradas as limitações dos modelos de participação pública empregados nesse campo, com foco nas assimetrias de poder e na marginalização de saberes locais e pluriversos. A proposta se alinha à agenda dos ESCT ao problematizar os discursos de inevitabilidade tecnológica e ao enfatizar a necessidade de abordagens reflexivas, transdisciplinares e democráticas diante das novas fronteiras da intervenção climática. Ao colocar em diálogo a geoengenharia solar com questões de governança global, risco, incerteza e inclusão epistêmica, a mesa contribui para ampliar os marcos analíticos e políticos das respostas à crise climática
| Julia Silvia Guivant (Coordenadora) | UFSC |
| Mauricio Uriona Maldonado (Expositor) | UFSC |
| Gabriela Marques Di Giulio (Debatedora) | USP |